Cunha vai ao Conselho de Ética e nega mais uma vez ter contas no exterior

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Presidente afastado da Câmara apresentou sua defesa na ação que responde por quebra de decoro parlamentar por supostamente ter mentido sobre contas no exterior.

 O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comparece ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para fazer sua defesa. Cunha é alvo de um processo por quebra de decoro por supostamente ter ocultado contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à I da Petrobras - 19/05/201(Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comparece ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para fazer sua defesa. Cunha é alvo de um processo por quebra de decoro por supostamente ter ocultado contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à I da Petrobras – 19/05/201(Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

Afastado do mandato e da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) compareceu à Casa nesta quinta-feira para apresentar sua defesa ao Conselho de Ética. Na sessão, Cunha repetiu o roteiro já protagonizado desde novembro, quando o processo por quebra de decoro foi instaurado: dedicou-se a atacar os procedimentos do conselho, a rechaçar as acusações de realização de manobras que levam a sua ação a ser a mais demorada da história da Casa e a negar a manutenção de contas no exterior, que, conforme as investigações da Lava Jato, abrigaram dinheiro sujo do petrolão. “Os investimentos e os patrimônios não me pertenciam. Essa á a realidade. Eu não possuo investimentos e não há como haver prova que eu possuo”, afirmou.
Cunha ou a ser alvo do Conselho de Ética após PSOL e Rede ingressarem com ação pedindo a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar alegando que Cunha não prestou esclarecimentos sobre as suas contas bancárias secretas mantidas na Suíça. Pior: mentiu durante depoimento à I da Petrobras justamente por ter negado possuir contas no exterior. Aos membros do conselho, Cunha reiterou a declaração feita à comissão de inquérito e disse apenas ser ligado a um trust do qual o patrimônio não tinha a titularidade e não poderia movimentar nem dispor de bens.
“Eu não possuo investimentos. Se possuísse, certamente estariam declarados. O que eu possuo é como beneficiário de um trust. O trust é o detentor do patrimônio dos investimentos se por ventura existirem, do resultado e da perda do investimento”, disse. “Nada é mais transparente do que um trust. Nele, você identifica quem é o beneficiário, a istração, quem é o responsável pela gestão”, continuou Eduardo Cunha.
O presidente afastado ainda ponderou que os recursos dos trusts são advindos de rendimentos da década de 1980, quando exercia atividade de comércio exterior. O peemedebista afirmou que, à época, tinha vida pública. Ele mostrou aos membros do conselho aporte que mostra a entrada dele em países onde mantinha negócios e negou a ilegalidade do dinheiro. “Os recursos não são objetos de fruto de qualquer vantagem indevida”, disse.
A sessão desta quinta reservou um espaço especial para a audiência de Cunha. Diferentemente de todas as sessões do conselho até agora, que vinha se reunindo em um pequeno plenário, a sessão ocorreu em um dos maiores espaços da Câmara.

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